quarta-feira, 13 de junho de 2018

Contos - O filme

O presente filme tem por objetivo principal mostrar um pequena parte a cerca dos contos indígenas que envolvem o imaginário individual e coletivo. Foi feito para trazer a memória viva de povos considerados originários desta terra. E que para os mesmos não é considerado uma simples narrativa, mas algo a que convivem e respeitam. Mostramos na produção as duas indígenas da etnia Potiguara D. Nilda Faustino e D. Guia Faustino, moradoras da Aldeia São Francisco, município de Baía da Traição-Pb.

Equipe: Kyara, Renato, Tayná, Talline, Jean e Isaulina.

Relato se encontra no link abaixo.

segunda-feira, 4 de junho de 2018

CABEÇA DE CUIA


Essa história é sempre repassada aos moradores da cidade Teresina, Piauí

No encontro das águas do Rio Parnaíba com o Rio Poty, na zona norte da cidade de Teresina, exatamente no bairro do Poty velho, muitos contam a história de Crispim, o pescador. Crispim todo dia ia pescar nas margens do Rio Parnaíba, a pesca ia muito boa. Com o passar do tempo a pesca foi se tornando algo extremamente difícil, assim Crimpim já não encontrava nada, e sempre que chegava em casa, tava a mãe perguntando: - Meu filho de novo, não trouxe nada! E logo depois lhe servia aquele caldo de osso que há dias preparava pra ele. Foi passando-se os dias e Crispim sem pescaria e sempre na rotina do caldo com osso foi se angustiando. Ora mais, um dia ao chegar em casa, a mãe novamente foi brigar com Crispim naquele dia estava com muita ira, a mãe serviu-o com um osso gigante num caldo, e começou a resmungar ao filho, e a destratá-lo, esse ao vê-la virada de costa pegou o osso e foi ao rumo dela, meio que por um reflexo, ela virou-se e gritou: aaaaah! já era tarde, Crispim abriu uma rachadura na cabeça da velha. Em seus últimos momentos de suspiro, ela olha pra ele e o amaldiçoa, dizendo-lhe: - Amaldiçoado seja você, e essa sua cabeça. - Quero que ela cresça, e que a carregue sempre nas beiradas das águas, e que peixes e outros animais se assustem de longe e não aproximes. - E o único modo de quebrar essa maldição, será devorando sete Marias virgens. O tempo foi passando e as pessoas que passavam por ali se assustavam dizendo terem visto o cabeça de Cuia. E Crispim sempre que é noite de lua, vasculha as redondezas do Parnaíba em busca das marias virgens, para quebrar a maldição que sua mãe lhe jogou.



Contada por um morador da cidade.
 Pedro Augusto, 42, MORADOR DO POTY VELHO.

Registro coletado por Daniel Suan

domingo, 27 de maio de 2018

Contos e Lendas

Os textos abaixo mostram como foi a experiência etnográfica de ir a campo e coletar dados históricos da lendas locais, através de filme e de entrevista com texto. Abrangeram para além das lendas locais do Vale do Mamanguape as cidades de Guarabira e suas cercanias.

Texto de Acssa Pricilla

Fui até a casa do sr. João Barbosa Sores, pedreiro já aposentado que vive com sua esposa dona Josa, como é chamada por todos e até por ele mesmo. Ambos são meus avôs e tive essa brecha de confiança para tal entrevista. Falei com ele algumas semanas antes sobre o assunto e ele me contou que sabia de uma história. “Lembro de uma, da ‘cumade fulozinha’! ” Disse ele saindo do quarto e vindo para sala quando me ouviu perguntar a minha avó, logo sentou na cadeira de balanço dele e começou a falar da história, mas era interrompido por minha avó que dizia que era mentira. “ Deixa disso João, dessas ‘cunverça’ Isso é tudo mentira! ” Disse ela sacodindo um pano de prato e indo para cozinha ao que meu avô nem ligou e voltou a me contar, perguntei para ele se ele gostaria de gravar em vídeo e ele quis saber para que seria e expliquei que era um trabalho da universidade e ele concordou, marcamos o dia.
No dia 15 de abril as nove da manhã cheguei na casa dos meus avós, eles moram aqui mesmo na cidade de Guarabira, onde também resido. Minha avó estava lá e meu avô havia acabado de chegar, ele não disse onde, talvez da praça onde conversa com as pessoas do bairro. Ele estava bem arrumado e cheiroso, mais que o normal, pude notar que ele se ajeitou para entrevista. Minha avó disse que não queria aparecer e iria ficar quieta, mas iria ficar do lado. Comecei a montar o tripé para apoiar a câmera e eles dois olhando, minha avó perguntou quanto custou o tripé. “ Oh Acssa, isso foi quanto? ” “ 80 reais vó, comprei com o extra da aula, pro vídeo ficar bonito. ” Ah, tá quase profissional agora. ” Disse ela rindo e bebendo café ao que meu avô abanou a mão para ela ficar quieta. Montei o tripé e fiz os testes de zoom e luz, meu avô me olhava e fitava a câmera com curiosidade. A primeira gravação para ver o som ele começou a rir e sempre se preocupava de estar gravando, acho que ele esperava algum barulho da câmera. Não tive a ideia de perguntar para ele na hora. Sempre que ele olhava para câmera ele sorria, e dava gargalhadas, coisa que dificilmente vejo o meu a avô fazer, ele é muito sério e ri muito pouco. O jeito do riso dele era diferente, era nervoso e envergonhado, mas era alto. Tive que sair de detrás da câmera e ficar d elado, para ele me o olhar e não para câmera, sempre que olhava pra ela ele sorria. Ele contou sua história e depois quando terminamos pediu para tirar uma foto e depois ver o vídeo na telinha mesmo. O resultado do nosso trabalho está no vídeo postado aqui no blog, logo abaixo desse texto.


Texto de Wilson
Data 13/05/2018
Comadre Fulozinha
Ouvi falar quando eu era criança, de lá pra cá já vi ela algumas vezes perto do roçado do meu esposo, teve um dia que fui deixar o café no roçado bem cedinho, e lá perto tem uma mata e tive que passar por dentro dela, quando dei fé, ouvi um assobio bem distante, fiquei toda arrepiada pois sabia que ela tava por perto. Vi detrai duma árvore ela escondida, cabelo bem pertinho, branca quase pálida com as unhas grandes, sim e os cabelos batia nos pés dela. Depois desse dia avistei umas 3 vezes ela.”

Dona Severina silva

Texto de Alessandro 19\05\2018
A Lenda do “FORD Preto” e outros contos
Contada do por Sr. José Batista de Castro – “Zito”, 62 anos
 Na noite de 19\5\18 no bairro do juá na cidade de Guarabira o morador José Batista de Castro, mais conhecido na localidade por ‘’Zito’’, nos concede uma entrevista relatando lendas urbanas ocasionadas no referido bairro e na zona rural da cidade citada anteriormente, segundo lendas populares a botija é uma espécie de arca contendo riquezas, onde em determinado momento alguém enterrou, de acordo com a lenda da botija a pessoa que consegue encontra-la fica rica do dia para a noite, até os dias atuais ainda existe uma  espécie de misticismo em relação a lenda da botija, a loira sedutora é mencionada constantemente, as histórias estão sempre relacionadas a cemitérios e encruzilhadas e ocorrem depois da meia noite, ela vem do mundo da morte para assombrar os "galãs” de plantão que regressam da vida boêmia  lendas.  Algumas delas vivenciadas pelo próprio entrevistados e por alguns de seus familiares, no início nosso entrevistado sente-se um pouco acanhado sendo necessário algumas interversões, na oportunidade as vezes tive que repetir algo relacionado ao que o entrevistado estava relatando, para que assim se pudesse extrair o máximo de informações relacionadas as lendas, e logo ‘’zito’’ relembra de mais alguns fatos que o mesmo relata de uma forma até descontraída pois ao relatar o ocorrido nosso entrevistado não contem as risadas imaginando a aflição pela qual determinados personagens passaram, por fim ao escutar ‘’zito’’ relatando as lendas pode se relembrar de alguns personagens e lugares da cidade que hoje já não existem e ao mesmo tempo conhecer novas historias.

O filme se encontra no link: 


A Historia do Lobisomem


No dia 20 de maio de 2018, aproximadamente as 10:15 da manhã de domingo, os alunos de antropologia: Douglas, Cassia, Erilane, Alexandra, Duarte e Jean estavam em Rio tinto, na localidade demarcada como aldeia  Jaraguá, para a realização de uma pesquisa com a indígena  Isaura, que por meio de uma vídeo entrevista nos relatou o que sabia sobre o tão chamado de “mito” o lobisomem.

A dona Isaura, afirma que o lobisomem realmente existe, e que nos dias de hoje eles também circulam por ai. Ela ainda sim, afirme que existe um certo ritual para que tal pessoa assim, se transforma-se, havia um tipo de ritual. Assim ela contava: ele tinha que dar três nós na camisa, e depois dar sete pinotes (Bem diferente das lendas universais, que dizem que sua transformação se da através da lua cheia). O relato dela nesse vídeo seria de um acontecimento que ocorreu no lago do junco.

O modo que dona Isaura o descreve é um tanto intrigante, ela o descreve dessa forma: primeira crescia as unhas das mãos e dos pés, ele tinha unhas compridas, e crescia o focinho, que parecia com a de um porco, ele chupava o sangue das pessoas, e que também o mesmo  corre da sexta para o sábado até a meia noite  e se o galo cantar ele virado em lobisomem ele não desvira mais nunca.

Equipe Douglas, Erilane, Cassia, Jean, Antônio Alexandra

A Lenda do Morto Vivo


Na cidade da Baía da Traição , no litoral norte da Paraíba, conhecida por ser uma região indígena, a cultura oral é uma característica marcante, por isso é muito como transmitir histórias e lendas da região através da oralidade. A história a seguir trata sobre isso, em minhas pesquisas sobre lendas dessa região deparei-me com a lenda do morto vivo, que aqui é contada por Gustavo, mora um uma aldeia da região, lembrando das histórias contadas pela sua avó ele nos conta sua versão dessa lenda, desse modo, ele me contou as principais características da lenda, e de onde supostamente teria surgido a história do morto vivo, o exercício da lembrança e isto implica na capacidade da sua memória, não só neste como em outros casos, proporciona múltiplas interpretações, capaz de gerar várias versões de uma mesma história, isto é a partir da memória do narrador ele pode modificar a história acrescentando ou não outros detalhes





Equipe: Agnes, Gabrielly e Emerson.

domingo, 27 de outubro de 2013

Introdução


      Neste blog pretendemos evocar, por relatos orais e imagens, contos populares presentes na memória dos paraibanos, em especial os do Litoral Norte do Estado, abrangendo, por exemplo, os municípios de Baía da Traição, Capim, Itapororoca, Lagoa de Dentro, Mamanguape e Rio Tinto. A proposta foi uma iniciativa da professora Ruth Henrique da Silva, que ministrou a disciplina “Memória, Narrativa e Oralidade” no 4º (quarto) período do curso de Antropologia na Universidade Federal da Paraíba – Campus IV, localizada na cidade de Rio Tinto.

      A ideia do trabalho era realizá-lo de forma coletiva. Para tanto, a turma se dividiu em grupos, os quais ficaram comprometidos em levantar informações sobre os contos populares de nossa região. Deste modo, logo de início marcamos algumas reuniões para discutirmos o nome do blog, em como o mesmo seria formatado, quais contos haviam sido encontrados, quais se apresentavam existentes na região e como nos dividiríamos para prosseguir na pesquisa de busca dos contos populares.

     Para registrarmos os contos narrados pelos interlocutores consultados, utilizamos materiais como câmera filmadora, câmera fotográfica e caderno de campo, além dos relatos orais: que nos possibilitaram evocar as histórias de vida das pessoas que se viam envolvidas em tais contos.

    A essência deste despretensioso blog, com encantadores contos paraibanos, pode dar voz aos sujeitos que de uma forma ou outra, não tiveram uma intermediação que lhes possibilitasse relatar suas “memórias subterrâneas” (POLLAK, 1989). Sendo assim, as memórias aqui relatadas são de suma importância para os grupos sociais aos quais pertencem, pois são relatos de experiências únicas, de formas de ver, experimentar, conviver, posicionar-se, enfim, de estar e sentir o mundo no qual vivem.