Os textos abaixo mostram como foi a experiência etnográfica de ir a campo e coletar dados históricos da lendas locais, através de filme e de entrevista com texto. Abrangeram para além das lendas locais do Vale do Mamanguape as cidades de Guarabira e suas cercanias.
Texto de Acssa Pricilla
Fui
até a casa do sr. João Barbosa Sores, pedreiro já aposentado que vive com sua
esposa dona Josa, como é chamada por todos e até por ele mesmo. Ambos são meus
avôs e tive essa brecha de confiança para tal entrevista. Falei com ele algumas
semanas antes sobre o assunto e ele me contou que sabia de uma história.
“Lembro de uma, da ‘cumade fulozinha’!
” Disse ele saindo do quarto e vindo para sala quando me ouviu perguntar a
minha avó, logo sentou na cadeira de balanço dele e começou a falar da
história, mas era interrompido por minha avó que dizia que era mentira. “ Deixa disso João, dessas ‘cunverça’ Isso é tudo mentira! ” Disse ela
sacodindo um pano de prato e indo para cozinha ao que meu avô nem ligou e
voltou a me contar, perguntei para ele se ele gostaria de gravar em vídeo e ele
quis saber para que seria e expliquei que era um trabalho da universidade e ele
concordou, marcamos o dia.
No
dia 15 de abril as nove da manhã cheguei na casa dos meus avós, eles moram aqui
mesmo na cidade de Guarabira, onde também resido. Minha avó estava lá e meu avô
havia acabado de chegar, ele não disse onde, talvez da praça onde conversa com
as pessoas do bairro. Ele estava bem arrumado e cheiroso, mais que o normal,
pude notar que ele se ajeitou para entrevista. Minha avó disse que não queria
aparecer e iria ficar quieta, mas iria ficar do lado. Comecei a montar o tripé
para apoiar a câmera e eles dois olhando, minha avó perguntou quanto custou o
tripé. “ Oh Acssa, isso foi quanto? ” “
80 reais vó, comprei com o extra da aula, pro vídeo ficar bonito. ” Ah, tá
quase profissional agora. ” Disse ela rindo e bebendo café ao que meu avô
abanou a mão para ela ficar quieta. Montei o tripé e fiz os testes de zoom e
luz, meu avô me olhava e fitava a câmera com curiosidade. A primeira gravação
para ver o som ele começou a rir e sempre se preocupava de estar gravando, acho
que ele esperava algum barulho da câmera. Não tive a ideia de perguntar para
ele na hora. Sempre que ele olhava para câmera ele sorria, e dava gargalhadas,
coisa que dificilmente vejo o meu a avô fazer, ele é muito sério e ri muito
pouco. O jeito do riso dele era diferente, era nervoso e envergonhado, mas era
alto. Tive que sair de detrás da câmera e ficar d elado, para ele me o olhar e
não para câmera, sempre que olhava pra ela ele sorria. Ele contou sua história
e depois quando terminamos pediu para tirar uma foto e depois ver o vídeo na
telinha mesmo. O resultado do nosso trabalho está no vídeo postado aqui no
blog, logo abaixo desse texto.
Texto
de Wilson
Data
13/05/2018
Comadre
Fulozinha
“Ouvi falar quando eu era criança, de lá pra
cá já vi ela algumas vezes perto do roçado do meu esposo, teve um dia que fui
deixar o café no roçado bem cedinho, e lá perto tem uma mata e tive que passar
por dentro dela, quando dei fé, ouvi um assobio bem distante, fiquei toda
arrepiada pois sabia que ela tava por perto. Vi detrai duma árvore ela
escondida, cabelo bem pertinho, branca quase pálida com as unhas grandes, sim e
os cabelos batia nos pés dela. Depois desse dia avistei umas 3 vezes ela.”
Dona
Severina silva
Texto
de Alessandro 19\05\2018
A
Lenda do “FORD Preto” e outros contos
Contada
do por Sr. José Batista de Castro – “Zito”, 62 anos
Na noite de 19\5\18 no bairro do juá na cidade
de Guarabira o morador José Batista de Castro, mais conhecido na localidade por
‘’Zito’’, nos concede uma entrevista relatando lendas urbanas ocasionadas no
referido bairro e na zona rural da cidade citada anteriormente, segundo lendas
populares a botija é uma espécie de arca contendo riquezas, onde em determinado
momento alguém enterrou, de acordo com a lenda da botija a pessoa que consegue
encontra-la fica rica do dia para a noite, até os dias atuais ainda existe
uma espécie de misticismo em relação a
lenda da botija, a loira sedutora é mencionada constantemente, as histórias
estão sempre relacionadas a cemitérios e encruzilhadas e ocorrem depois da meia
noite, ela vem do mundo da morte para assombrar os "galãs” de plantão que regressam
da vida boêmia lendas. Algumas delas vivenciadas pelo próprio entrevistados
e por alguns de seus familiares, no início nosso entrevistado sente-se um pouco
acanhado sendo necessário algumas interversões, na oportunidade as vezes tive
que repetir algo relacionado ao que o entrevistado estava relatando, para que
assim se pudesse extrair o máximo de informações relacionadas as lendas, e logo
‘’zito’’ relembra de mais alguns fatos que o mesmo relata de uma forma até
descontraída pois ao relatar o ocorrido nosso entrevistado não contem as
risadas imaginando a aflição pela qual determinados personagens passaram, por
fim ao escutar ‘’zito’’ relatando as lendas pode se relembrar de alguns
personagens e lugares da cidade que hoje já não existem e ao mesmo tempo
conhecer novas historias.
O filme se encontra no link:
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